Lidar com a morte de um ente querido é como navegar em um oceano de enormes geleiras solitárias. E todos nós passamos por isso um dia. Uns enfrentam melhor, outros de forma pior… mas todos precisam enfrentar.
Com o passar do tempo vamos acordando, acordando de novo para a vida. Os entes que se foram nos acompanham de uma forma diferente, adormecidos no meio de nossos corações.
Daphne Du Maurier garante em uma de suas histórias que a morte deve ser como uma despedida em uma estação de trem. Isso deve nos dar a possibilidade de ter um intervalo de tempo para nos despedirmos.
Sabemos que na vida real nem sempre temos a chance de estar naquela plataforma ou ter esse tempo para despedidas. O destino é cruel e afiado e gosta de arrancar do nosso lado os nossos tesouros mais preciosos: as nossas pessoas mais queridas.
Eles estão sempre conosco
Não se trata de deixar para trás, mas sim de reconstruir o nosso presente dando lugar a um futuro mais completo onde as memórias e as experiências se unem.
O Dr. Jaime Turndorf afirma que uma estratégia muito útil não é apenas enfrentar o duelo, mas perceber as maneiras pelas quais nossos entes queridos nos acompanham diariamente.
A estratégia que a espécie recomenda é catártica e simples. Baseia-se em um diálogo interno adequado onde podemos fechar outras questões abertas, curar feridas e manter aquele legado emocional que nossos entes queridos nos deixaram.
Esse diálogo interno pode ser de grande ajuda para nós, é como criar recantos privados onde possamos nos curar diariamente. Estamos diante de uma emoção eterna que nos dá conforto e luz.
Texto originalmente publicado em ignisnatura.org e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.