Por que delongou até a extinção efetiva dessa antiga família de gigantes para que as pessoas se importassem?

O último homem em pé não está mais em pé. Sudão, o último rinoceronte branco do norte na Terra morreu, aos 45 anos. O mesmo já estava velho para um rinoceronte, e mesmo que sua morte tenha sido uma coisa triste para os de Ol Pejetaquem que zelou por ele, foi conhecido e inspirado por ele, a morte deste velho animal é realmente um motivo de luto. A aflição que acometeu o mundo, em especial os conservacionistas, celebridades e público em geral não se trata tão somente da morte desse rinoceronte, mas, sobretudo o que essa morte expressa. O Sudão foi o último a representar o masculino de uma subespécie que separado de seus parentes mais chegados, os brancos do sul, aproximadamente a 1 milhão de anos atrás. Somente  sua filha, Najin, e a neta, Fatu, continuam. Sem contar com interrupções em mais nenhuma influência, o rinoceronte branco do norte fluirá para a extinção.

A imensa publicidade causada por conta da  morte do Sudão somente constituirá conservação, contudo, onde estava todo o ultraje até o presente momento? Por que esperaram tantos anos a extinção efetiva dessa espécie de gigantes para que o ser humano realmente se importasse? A biologia da conservação se tornou apontada como uma “disciplina orientada para a crise” e as histórias que chamam a atenção de Ol Pejeta são as dos condenados, das decadências e extinções drásticos. O Sudão está agora sendo reconhecido como majestoso embaixador dos rinocerontes, nascendo mesmo no Tinder no ano passado, um esforço para acrescentar conscientização e os fundos. Nesse sentido, acredito que é importante que somente o último macho da subespécie possua peso simbólico satisfatório para isso.

Atualmente muito tem se falado em rinocerontes brancos do norte que estão vivos por meio da fertilização in vitro e com outras tecnologias reprodutivas. Ol Pejeta comunicou que tinha coletado o “material genético” do Sudão, e o sêmen de outros machos foi congelado no passado. Cientistas do Zoológico de San Diego e do Instituto Leibniz de Pesquisa em Zoológico e Vida Selvagem, em Berlim, estão empenhados com Ol Pejeta buscando tentar deslocar os óvulos das duas fêmeas remanescentes, fertilizá-los e inseri-los nos substitutos do rinoceronte branco do sul. O custo para que isso seja possível é de  nove milhões de libras (12,5 milhões de dólares) sendo que existe um imenso obstáculo , e isso significa que é quase impossível.

Mesmo que isso seja uma excelente conquista científica em ressuscitar uma subespécie, diversas questões sérias apresentam-se sobre o empreendimento. Esse é um bom uso do dinheiro que deveria ser empregado em outros partes do mundo com intuito de salvar as espécies que ainda cumprem funções ecológicas? Se alcançássemos inventar os rinocerontes brancos do norte suficientes para gerar uma população viável, onde seriam colocados? Sendo que os habitats apropriados estão em faixa anterior. Ainda que pareça indiferente, talvez seja ainda melhor deixar os rinocerontes brancos do norte desaparecerem na história.

Ainda possuímos muitas espécies vivas , mas que estão à beira da extinção para gastar sua indignação. A maioria das pessoas nada sabem sobre rinocerontes de Sumatra e Javan , ambos com no máximo cem indivíduos. Se os empenhos e mais interesse fossem lhes dado , poderíamos impedir que estes fossem desaparecendo tais como os rinocerontes  brancos do norte.

Este artigo foi publicado originariamente no site- ADAPT, e foi reproduzido adaptado por equipe do blog cantinho