Muitas vezes condenamos pessoas em vulnerabilidade nas ruas, acreditando que todas são problemáticas ou até mesmo drogadas. Mas você pode se surpreender:

Mário Nishimura, em situação de rua há nove anos, encontrou uma maneira inovadora de ajudar as pessoas utilizando placas de energia solar.

Descendente de japoneses, Mário, de 44 anos, chama a atenção de quem passa em frente ao prédio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), no Centro do Rio, onde ele montou sua “oficina” improvisada.

Sobre uma estrutura de isopor, ele posiciona três placas de energia solar, apontadas para o céu. Com a energia gerada por essas placas, Mário oferece conserto gratuito de aparelhos celulares.

Uma história inspiradora!

Mário comprou as placas de energia solar pela internet, cada uma por 33 dólares, utilizando seu próprio dinheiro. Porém, ele teve que fazer a entrega das placas na casa de um conhecido, já que não tem acesso à energia elétrica.

Mário sobrevive com um benefício do governo federal e conta com doações para sua sobrevivência nas ruas. Ele reconhece que o conserto de celulares pode ser caro para muitas pessoas e, por isso, deseja auxiliá-las. Além disso, ele se sente bem em mexer com os aparelhos.

Ele adquiriu seus conhecimentos sobre conserto de celulares assistindo tutoriais do YouTube, acessando a internet por meio de redes Wi-Fi disponíveis na região.

Seu trabalho mais comum é a troca de telas dos aparelhos, e ele faz questão de garantir a qualidade do serviço: pede aos clientes que paguem apenas pelos custos da peça necessária. E além de tudo, mostra a nota fiscal para evitar qualquer erro ou dúvida.

Mário morou 11 anos no Japão. Ele trabalhava em uma fábrica de desmontagem de portas, portões e janelas de alumínio. Essa experiência despertou seu fascínio por equipamentos elétricos e eletrônicos. Um dos clientes satisfeitos dele é o enfermeiro Everaldo Dias, que teve seu celular consertado por ele. Everaldo destaca que Mário não apenas resolveu o problema do celular, mas também mostrou honestidade e desprendimento financeiro.

“Meu celular já estava com sete anos e pifou, mas o Mário abriu e viu que não tinha realmente queimado de vez. Cheguei aqui, dei o dinheiro e ele comprou a uma placa-mãe nova. Agora meu celular está aqui, novo em folha. Ele trabalha super bem e eu já conversei sobre ele cobrar os serviços, mas não adianta. O Mário faz isso para ajudar, a gente percebe que ele não tem olho grande para dinheiro, vemos nos olhos dele”, disse Dias.

Perguntado sobre seus maiores sonhos, Mário compartilha o desejo de ter uma casa, mas reconhece que isso acontecerá “no tempo de Deus”, devido às dificuldades em encontrar emprego.

Desejamos que Mário consiga alcançar seus desejos e tenha sempre uma vida digna.

Texto originalmente publicado em razoesparaacreditar e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.