Texto originalmente publicado em conexaoplaneta e redigido pela jornalista Suzana Camargo em 23 de janeiro de 2023.
Em registro inédito no mundo, beija-flor branco é avistado em reserva de proteção na Bahia
“Parecia uma fadinha”, diz Regina Damascena ao se recordar de seu encontro com um beija-flor de plumagem branca. A analista ambiental trabalha na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, uma unidade de conservação no sul da Bahia.
Após análise das imagens e do vídeo, especialistas confirmaram que a ave é do gênero Chlorestes, mas não sabem se trata-se de um beija-flor-de-garganta-azul (Chlorestes notata) ou um beija-flor-roxo (Chlorestes cyanus). A única certeza é de que o animal possui uma mutação genética, responsável por dar-lhe a coloração inusitada.
“Estamos presenciando algo inédito. Trata-se do primeiro beija-flor gênero Chlorestes do mundo com uma mutação genética que o torna praticamente todo branco”, explica Luciano Lima, ornitólogo do Observatório de Aves da Estação Veracel Celulose. “Essa mutação provavelmente trata-se de uma diluição, chamada também por alguns pesquisadores de leucismo, e provoca, como o nome indica, uma diluição da pigmentação em partes da plumagem do animal”.
Lima salienta que o beija-flor não é albino, um erro recorrente quando animais com plumagem ou pelo branco são observados na natureza. “A diferença principal é que ele possui olhos pretos e tem um leve tom acinzentado nas penas e patas. Para ser albino, ele precisaria ser totalmente branco e não ter pigmentação em outras partes do corpo além da plumagem, como os olhos, que acabam ficando com uma coloração rosada”.
Existem seis espécies de beija-flor do gênero Chlorestes nas Américas do Sul, Central e no México. No Brasil, o beija-flor-de-garganta azul é observado na Amazônia e na Mata Atlântica.
Não se sabe também se a “fadinha” é ele ou ela. Acredita-se que seja uma ave jovem, com cerca de um ano de vida.
Em geral, animais com leucismo ou albinos são mais vulneráveis à predação, já que a ausência de cor faz com que não consigam se camuflar no meio da vegetação.
“Estamos dentro de uma grande área de Mata Atlântica protegida, o que colabora para a sobrevivência desse beija-flor. Mas sua coloração esbranquiçada atrai predadores e provoca a rejeição de outros beija-flores, além de dificultar sua reprodução”, diz o ornitólogo.
Existem seis espécies de beija-flor do gênero Chlorestes nas Américas do Sul, Central e no México. No Brasil, o beija-flor-de-garganta azul é observado na Amazônia e na Mata Atlântica.
Não se sabe também se a “fadinha” é ele ou ela. Acredita-se que seja uma ave jovem, com cerca de um ano de vida.
Em geral, animais com leucismo ou albinos são mais vulneráveis à predação, já que a ausência de cor faz com que não consigam se camuflar no meio da vegetação.
“Estamos dentro de uma grande área de Mata Atlântica protegida, o que colabora para a sobrevivência desse beija-flor. Mas sua coloração esbranquiçada atrai predadores e provoca a rejeição de outros beija-flores, além de dificultar sua reprodução”, diz o ornitólogo.
Criada em 1988, a RPPN Estação Veracel é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Sítio do Patrimônio Mundial Natural, além de área chave para conservação de aves pela BirdLife International.