Maria Ede Catani Antunes eh uma senhora de 78 anos que não se deixa abalar pelos comentários que costuma ouvir. Como advogada aposentada, ela se divide entre a sala de aula e viver “loucamente”. “Eu vivo a minha vida numa boa, eu sou mais eu”.

Baladeira e estudiosa, ela participa de um curso para a Terceira Idade na Universidade Católica de Santos, no litoral de São Paulo, há uma década. Ela contou ao g1 que foi esse período que a fez abrir a mente e “sair da caixinha”.

Maria Ede ainda cursou licenciatura em Filosofia e Sociologia há aproximadamente sete anos, além de diversos outros cursos on-line que fez durante a pandemia. “Acho que isso me agregou outra visão de mundo, [de como] ver as pessoas ao meu redor. Sou bastante aberta a aprender e conhecer. Eu aprendi muito aprendendo”, ressalta.

É justamente por estar em constante aprendizado acadêmico que Maria Ede lamentou a situação vivida pela estudante de biomedicina Patrícia Linares, de 44, que foi vítima de etarismo [discriminada pela idade] por três colegas de sala por ser mais velha em uma universidade particular em Bauru, no interior paulista.

“Isso foi inadmissível, não existe limites para o aprendizado, tenho um aluno de 90 anos e ele é altamente participativo. A idade cronológica não quer dizer nada”, ressalta.

Uma vida agitada

O dia de Maria Ede começa às 7h30, sempre com uma caminhada pela faixa de areia das praias de São Vicente e Santos, e termina por volta das 1h.

Na rotina corrida da idosa estão: as aulas que participa e leciona, os encontros em grupos sociais de idosos, clube do livro, idas ao teatro e o trabalho voluntário no centro espírita que frequenta.

Maria Ede também foca na interação entre alunos e organiza encontros com os amigos em restaurantes e bares, além das “festas” que faz na universidade, como lanches comunitários.

Haja força de vontade, ein?!

Texto originalmente publicado em expressopb e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.