Nomofobia está relacionado ao medo irracional de estar sem o seu telefone celular ou até mesmo se tornar incapaz de ficar sem o aparelho telefônico por algum motivo, como exemplo, a falta de um sinal, o término do pacote de dados ou a carga da bateria.
Você fica inquieto quando seu celular vibra e sai rapidamente para verificar quem curtiu ou comentou seu último post no Facebook? Você tem o hábito de responder e-mails de afazeres antes mesmo de levantar da cama? O ícone de bateria fraca deixa você com uma sensação de medo? É provável que você esteja sofrendo de nomofobia.
Uma pesquisa divulgada pela City University de Hong Kong no periódico Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking entrevistou 301 estudantes universitários entre 18 e 37 anos na Coreia do Sul e percebeu que os participantes enxergam smartphones, tablets e notebooks como parte de sua identidade, uma extensão de seus corpos. E quando se encontram incapacitados de se comunicarem usando tais aparelhos, os entrevistados acabaram despontando desconforto, angústia e ansiedade – alguns dos sintomas da nomofobia, que vem do inglês “no mobile phobia” (ou medo de ficar sem celular).
Os sintomas da nomofobia está se tronando cada vez mais comunm entre os brasileiros. De acordo com os resultados de uma pesquisa feita pela Millward Brown Brasil em parceria com a NetQuest, passam em média 3h14 por dia conectados ao smartphone. Entre os jovens da geração millennial, o tempo médio apegado ao gadget é ainda maior: 4 horas, diariamente. Embora o tempo abusivo que o indivíduo gasta utilizando o aparelho despertar curiosidade, são os estragos que esse uso acarreta na vida que realmente preocupam.
A psicóloga, especialista em fenomenologia existencial e mestranda em tanatologia e humanização das práticas em saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Beatriz Mendes elucida existem os que escolhem “investir” no mundo virtual porque lá elas se acham e se identificam com quem passa por questões parecidas com as suas. “Para muitas pessoas, o mundo real evoca uma série de sensações ruins, e elas acabam se voltando para quem tem sensações semelhantes e não consegue espaço nesse mundo real”, esclarece.
Contudo, a psicóloga avalia que esse aspecto positivo se torna e se agrava para um problema, porque o indivíduo não consegue equilibrar a participação nos dois mundos, com isso, acaba acreditando ser impossível ficar longe do dispositivo. “Estamos lidando com uma limitação, um contexto em que a pessoa não consegue mais conviver com o fato de estar sem o aparelho. Há um fechamento de possibilidades”, pontua.
Publicado na Psychology of Popular Media Culture, um estudo da Universidade de Brigham Young, dos Estados Unidos, assegura que o vício em aparelhos móveis vai desenvolvendo um processo de isolamento que interfere e afeta as relações sócio afetivas. De acordo com Faria, o fenômeno faz a pessoa trocar seus referenciais reais, formados pela família, amigos e pessoas próximas, por uma rede de atenção online. Nessa rede, é a abundância de comentários, curtidas e compartilhamentos que as publicações têm que origina o nível de felicidade de alguém.
De acordo com Mendes, os números não são satisfatórios para fartar as expectativas, as relações virtuais sucumbem: “A rapidez e a volatilidade dos meios tecnológicos acabam tornando as coisas menos palpáveis e menos concretas. E quando esse mundo virtual não oferece sustentação, a pessoa pode não mais conseguir voltar para o mundo real por ele gerar insatisfações e frustrações”.
Os sintomas da Nomofobia:
Reflita, enquanto está no celular, consegue prestar atenção nas conversas , ou até mesmo em uma informação de um colega? Podemos, obviamente está em uma sala lotada de pessoas com a mente distante em nossas redes sociais.
Verifique se tem:
Incapacidade de desligar seu telefone;
Constatar obsessivamente chamadas perdidas, e-mails e textos;
Fixamente carregar a bateria do celular;
Conferir obsessivamente redes sociais e whatsapp;
Comprovar irritação ao estar em locais sem conexão wi-fi;
Incapacidade de ir ao banheiro sem levar seu telefone com você.
E você? consegue ficar sem celular por algumas horas?