Herpes-zóster compromete a visão e o coração

O vírus varicela-zóster é o responsável por provocar a famosa catapora, na infância. Ele é um vírus que se aproveita de situações onde seu organismo está mais frágil e se esconde no seu sistema nervoso esperando o momento de “atacar”. “Ele se vale da queda na imunidade para se reativar”, explica o médico Cipriano Ferreira, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Quando ele ataca, aparece então a herpes-zóster ou só zóster que se caracteriza pela formação de bolhas que doem fortemente ao longo da pele, e em geral apenas em um lado do corpo. Como a imunidade cai conforme a idade, não é de se espantar que a doença atinja frequentemente os idosos, mas não se engane: ela pode ocorrer em qualquer idade. Isso por que existem certos fatores que fazem com que você esteja dentro de um “grupo de risco”. São eles indivíduos que se submeteram a um transplante e pessoas com doenças crônicas como diabetesaids ou outras condições que exigem o uso de remédios imunossupressores.

O medo maior são as previsões segundo análise publicada no periódico científico BMC Geriatrics, a incidência da doença deve subir cerca de 3% ao ano até 2030.

“Estima-se que pelo menos 95% da população tenha o vírus latente, esperando baixas significativas na imunidade para se expressar livremente”, conta o pesquisador Igor Brasil Costa, especialista em saúde pública do Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará.

Mas algo que assusta muito os estudiosos é o fato de que se você não cuidar, o vírus ataca muito além da pele e compromete sua visão. Além disso, um estudo publicado na revista da Associação Americana do Coração identificou que quanto mais o tempo passa e menos controle se tem da enfermidade, maiores as chances de sofrer um infarto ou derrame. 

O TRATAMENTO

Hoje o tratamento é feito  com comprimidos antivirais. “O uso dos medicamentos deve começar nos primeiros dias após o diagnóstico a fim de diminuir a intensidade dos sintomas e o risco de complicações”, esclarece o dermatologista Claudio Wulkan, do Einstein.

A dor causada é tão intensa que muitas vezes exige internação.

A PREVENÇÃO

Obviamente que a melhor coisa a se fazer é se cuidar e previnir o contágio. Hoje existem na rede privada a vacina específica para zoéster.  “Ela é 14 vezes mais forte que a da catapora e está indicada a partir dos 60 anos pelas sociedades médicas, embora já faça efeito a partir dos 50”, explica Maísa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Regional São Paulo. O problema é que ela é comercializada, hoje, por 500 reais, o que dificulta o acesso à toda população.

Sendo assim,  vale prezar por alimentação balanceada, atividade física regular e exposição frequente ao sol. “O estresse do cotidiano também baixa a imunidade”, lembra Ferreira.

Texto originalmente publicado em saude, e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.