Mulher que concluiu EJA retorna aos 62 anos como professora na mesma escola
Há quem desvalorize aqueles que procuram o EJA para concluir seus estudos. Muitos nem acreditam que é possível que os alunos do EJA consigam um emprego bom no futuro. Mas dessa vez trouxemos uma história para mostrar que isso pode acontecer.
Deuza Maria da Silva, de 62 anos, natural de Feira de Santana-BA, se formou no programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA). Desde sua infância até os 15 anos, Deuza enfrentou a ausência de acesso à educação, mas tinha uma vontade curiosa: ela queria, um dia, tornar-se educadora.
Ela recorda que “de vez em quando brincava de estudar, mas nunca tinha ido a uma escola”. Aos 16 anos, ao mudar-se para Feira de Santana, ela optou por ingressar no EJA para concluir o Ensino Fundamental. No entanto, ao chegar no Ensino Médio, suas responsabilidades familiares a levaram a interromper seus estudos. A maternidade, em especial o cuidado com uma filha com deficiência, postergou novamente seu sonho de se tornar professora. Aos 25 anos, Deuza retornou à escola e concluiu o Ensino Médio, enxergando sua própria jornada nos olhos de seus alunos.
Hoje, leciona na Escola Municipal Ernestina Carneiro e ocupa também uma função na Secretaria dos Conselhos Municipais de Educação e Alimentação Escolar, destacando sua trajetória de transformação e dedicação.
O EJA, programa voltado para pessoas acima de 15 anos que desejam concluir o Ensino Fundamental e Médio, se apresenta como uma oportunidade de aprendizado para essa parcela da população. Para Deuza, o EJA foi um ponto de virada significativo em sua vida. “Não importa quantos anos você tenha, nem quando você parou de estudar, o importante é recomeçar sempre”, ressalta a professora.
Texto originalmente publicado em somosnoticia e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.