Lucas Borges, de 17 anos, foi aprovado em 12 instituições desde que concluiu o ensino médio no final do ano passado. Além das brasileiras UnicampUnesp e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as portas de nove universidades dos Estados Unidos também se abriram para o jovem de São José dos Campos, do interior de São Paulo.

O garoto pretende estudar engenharia aeroespacial na graduação, e ainda não decidiu em qual das universidades vai estudar. Mas claro que existe uma grande chance de seu próximo endereço ficar fora do país. Tudo se encaminha para que Lucas escolha a Universidade de Clarkson, onde foi aprovado com bolsa integral para estudar Engenharia Aeroespacial.

Mas nada para por aí: até o fim de março, quando o jovem conversou com O Estadão, ele ainda esperava a resposta de outros dez processos seletivos – um deles do tão prestigiado MIT (sigla em inglês para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts). “Meu sonho depois de estudar engenharia aeroespacial é fazer mestrado e doutorado em astrofísica para trabalhar na Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos)”, diz.

O garoto parece ter um sonho ambicioso por ser menos comum de se ver por aí. Mas na verdade ele nutre uma paixão bem interessante desde pequeno: “Minha mãe conta que, quando eu tinha 3 anos, eu apontava para o céu e perguntava por que havia estrelas mesmo quando não era noite.”

E para saber essas e outras respostas, Lucas logo começou a vasculhar livros e se tornar um pesquisar, mesmo na juventude.  Filho de mãe formada em ciência da computação e de pai engenheiro elétrico, o jovem participou de mais de 100 olimpíadas de diversas disciplinas de exatas e, segundo ele, ganhou 60 medalhas!

Perto de ir embora, Lucas diz que vai mais sentir falta da família e dos amigos. E, entre as poucas coisas que ele quer deixar para trás estão os comentários ofensivos que já recebeu por gostar muito de estudar. “Eu sempre tive um foco definido nessa área, então sempre mantive-me certo do que eu queria e nunca me importei com esses comentários. Com certeza a questão do estudo ainda não é vista do jeito que deveria em nosso país, mas que, no fim vai, gerar muitos frutos”, afirma.

Texto originalmente publicado em estadao e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.