“Em sala de aula, no primeiro dia de aula, pergunto se alguém já leu o livro
Sócrates, sendo que Sócrates não escreveu nada: tudo o que esse filósofo disse foi registrado nos livros de Platão por este autor. Nesse momento, eu poderia não perder a oportunidade de “pisar” nesse aluno, mas isso é antipedagógico e tolo; se eu quiser formar uma pessoa eu não posso humilhá-la, e então digo: “Talvez você tenha ouvido mal. Eu falei ‘Sócrates’ e talvez você tenha entendido ‘Sófocles’, porque não tem nenhum livro do Sócrates”. O aluno concorda que ouvira mal, mas quando a aula termina eu vou até ele e digo: “Nós dois sabemos o que aconteceu. Não faça isso. Fingir que sabe é uma tolice imensa num mundo de mudanças. Fingir que sabe o deixa despreparado”.

Eu poderia ofender o aluno em público: nos tempos ultrapassados, isso seria chamado de estímulo. Os professores dessa época remota distribuíam as provas falando as notas dos alunos em voz alta. Para quê? Há uma regra básica: corrija no privado e elogie em público. Alguém que quer formar o outro deve corrigir sem ofender e orientar sem humilhar. É um modo ultrapassado achar que se está estimulando as pessoas ao machucá-las. E necessário superar, inovar e transformar.
A sorte segue a coragem.”

Transcrição de um excerto da fala do mestre Mario Sergio Cortella sobre “Como identificar gente arrogante”, em seu canal no Youtube. Confira na integra no vídeo abaixo.

 

Texto originalmente publicado em youtube e adaptado pela equipe do blog Sabedoria Pura.