Devo levar meu filho ao terapeuta?
Hoje em dia está na moda dizer que a criança é hiperativa ou tem déficit de atenção. É preciso muito cuidado antes de rotular as crianças! Acredito que qualquer diagnóstico precoce poderá impactar diretamente na formação da personalidade delas.
Conversando com uma amiga que tem um filho lindo, fofo, e super educado, ela me disse que estava pensando em procurar um psicólogo para ele, por causa de alguns problemas específicos. Sinceramente, achei um exagero e disse que ela deveria esperar mais um pouco, pois aos meus olhos ele definitivamente não precisava de nenhuma ajuda profissional.
Fiquei, então, pensando em quando uma mãe deve saber que chegou a hora de procurar um psicólogo para o filho. Não é uma decisão fácil! Procurei alguns artigos sobre o assunto e fiz um resumo para deixá-los mais simples e didáticos.
Vejam que interessante!
Diferentemente de um adulto, que é capaz de expressar frustrações, medo, insegurança e tristeza verbalmente, a criança pode demonstrar que precisa de ajuda apresentando alterações em seu comportamento e até sintomas físicos.
Se você está na dúvida sobre se deve levar ou não seu filho a um psicólogo infantil, confira alguns indícios de que a criança precisa de ajuda profissional:
1) Tristeza ,muito choro ou mudança de comportamento
Crianças, geralmente, são cheias de vivacidade. Quando elas passam a chorar muito, a ficar quietas, a parecer meio tristes, é preciso conversar para saber o que não vai bem.
2) Distúrbios físicos
Problemas na alimentação, no controle intestinal e no sono são comuns em crianças pequenas, de até cinco ou seis anos, que estão passando por problemas. Voltar a fazer xixi na cama todo dia, depois de ter aprendido a controlar há um bom tempo, também é um sinal. Em crianças mais velhas, esses distúrbios podem ocorrer e serem acompanhados de irritabilidade, agitação, ansiedade.
3) Ficar doente com muita frequência
Ficar doente frequentemente também é um sintoma corporal que precisa ser avaliado com mais cuidado pelos pais.
4) Compulsão na comida
Passar a comer compulsivamente é outro indício de que a criança pode dar de que algo não vai bem emocionalmente.
5) Dificuldade de interagir socialmente
Uma das causas mais comuns que levam os pais a recorrer a um psicólogo infantil é a falta de interação social que a criança pode apresentar. Ainda que muitas vezes em forma de timidez, o agravamento do quadro – em forma de problemas de comunicação verbal, interação social e criatividade – deve ser analisado. Além disso, outras características, como, por exemplo, a preferência por comidas pastosas e problemas com a textura e o cheiro dos alimentos, também devem ser levados em consideração e relatados ao médico.
6) Intolerância e agressividade
Crianças que tendem a fazer birra por tudo o que querem e que não lidam bem com o não, não necessariamente possuem algum distúrbio psicológico. No entanto, o psicólogo infantil pode auxiliar a detectar onde está o erro. Mas é bom se preparar: muitas vezes, a conclusão profissional é de que a falha está nos pais e na cultura de compensação. Os filhos tendem a ser reflexo de sua criação. Por isso, esteja preparado para receber orientações relacionadas ao seu comportamento que irão mudar o comportamento da criança.
7) Agitação e falta de concentração
A agitação frequente da criança deve ser investigada por um psicólogo infantil. Isso porque é frequente que muitos educadores apontem imediatamente para TDAH, sugerindo interferência medicamentosa nem sempre necessária.
8) Dificuldade de aprendizagem
É normal que nem todas as crianças aprendam na mesma velocidade e da mesma forma. Algumas aprendem a ler na escola, enquanto outras desenvolvem esta capacidade desde muito pequenas. Mas isto não significa que você não deva ficar atenta à aprendizagem de seu filho. Se ele tem muita dificuldade para desenvolver alguma atividade lógica ou demora muito para assimilar algum conteúdo, pode ser hora de procurar ajuda.
Como lidar
Antes de sair correndo com a criança para uma consulta de urgência com o psicólogo mais próximo, a primeira coisa a ser feita é observar a vida em família e conversar com o filho.
“A saúde mental da criança depende muito do que ocorre no âmbito familiar. Se o núcleo familiar não está cumprindo seu papel de educar a criança, de prestar atenção às suas necessidades, ela vai mudar de comportamento, o que é um indício de que não aguenta mais aquela situação”, declara Roberto Teixeira Mendes, professor do Departamento de Pediatria da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas.
Para Heloísa, da PUC de Minas, novas situações podem desencadear uma mudança brusca no comportamento infantil. Separação dos pais, morte de algum familiar ou o nascimento de um irmão são exemplos clássicos que podem gerar dúvidas, insegurança e tristeza em uma criança.
“Muita gente acha que as crianças são pequenas demais para entenderem determinados assuntos, mas elas entendem tudo. É preciso abrir o jogo com elas. A infância é o momento em que a pessoa está construindo um sentido para o mundo. E nada vai fazer sentido enquanto alguém não conversar com ela sobre os problemas familiares. Não dá para esconder, pensando que assim está se protegendo o filho”, afirma a psicóloga.
Ajuda do pediatra
Segundo Mendes, da Unicamp, o pediatra que acompanha a criança pode ajudar os pais a analisarem a situação do filho com maior clareza.
“O profissional da pediatria sabe que o problema não é só com a criança. Ele também pode conversar com a família para tentar esclarecer problemas que estão claramente visíveis, mas que ninguém percebeu ainda. Em último caso, ele poderá indicar um psicólogo.”
O trabalho da Psicologia Infantil é baseado em atividades lúdicas, que servem para expressar as angústias, as fantasias e os sentimentos da criança. Quando procurar um psicólogo para seu filho, faça uma pesquisa com indicações e especializações do profissional com fontes que sejam de sua confiança. E observe as atitudes da criança, afinal, será você quem vai apresentar o seu filho ao psicólogo.
FONTE justrealmoms