Quem até hoje não brinca com as pessoas perguntando “quem morreu?” quando vê alguém todo vestido de preto? Em novelas e filmes velórios são retratados com pessoas vestidas inteiramente com essas roupas escuras, mas ainda há poucas que entendem de onde surgiu esse costume. Hoje em dia é muito menos comum identificar que alguém perdeu uma pessoa através das roupas que usa, mas muitos mantém isso como uma forma respeitosa de se dirigir à quem se foi.
ORIGEM DO COSTUME
Segundo a professora de Moda Ida Helena Thön, o preto como representação do luto surge na Idade Média, no período gótico, marcado pela opressão da Inquisição. Nessa época, a morte era vista como algo completamente obscuro, doloroso, em função das torturas pelas quais as pessoas eram submetidas antes de vir à óbito.
“Os mil anos que duraram este período são conhecidos na História como os ‘mil anos de escuridão'”, lembra a professora.
LUTO DE PRETO ERA COISA DOS MAIS RICOS
Com o passar do tempo, o costume prevaleceu na sociedade. O preto, além de ser uma forma de demonstrar respeito, também era uma forma de identificar os ricos. Quanto mais dinheiro possuía a pessoa que vestia preto, mais detalhes e cheias de ornamentos era sua roupa. Era uma forma de diferenciar aristocratas dos mais pobres, pois as roupas eram caras demais para que fossem acessíveis a todos.
O costume de usar preto como forma de luto só se tornou de fato comum a partir da Revolução Industrial. Nessa época, roupas pretas mais baratas passaram a ser produzidas em larga escala, fazendo com que as classes mais baixas finalmente tivessem acesso a uma roupa de luto própria.
AINDA SE USA O PRETO EM VELÓRIOS?
Muitos ainda levam consigo o costume de tentar mostrar através das vestimentas o estado de espírito em que se encontra. Por isso ainda existem pessoas que procuram ir a funerais com roupas pretas, ou pelo menos com roupas mais discretas e com cores mais neutras.
Mas hoje em dia não se fala muito sobre “desrespeito” caso você vá com alguma coisa mais chamativa. A ideia atual é que cada um use aquilo que achar adequado.
Texto por Ana Paula Almeida
