A mente tudo cria, ela é um enigma para a ciência e uma estrategista para criar os contos infantis. Quando criamos algo em nossa mente, logo em seguida temos que cair na malha da realidade, e como se não bastasse, ainda é bem complicado distinguir o imaginário do real e aceitar que fantasia nada tem haver com a realidade.
A pergunta do titulo desse artigo é justamente porque na verdade desconfiamos que a nossa vida acaba se tornando um conto de fadas.
Acreditamos que a vida é um conto de fadas porque no conto de fadas tudo é permitido; nada é proibido. Mesmo que nada tenha sentido, na imaginação sempre fará sentido. Não vivemos irritados ou estressados nos contos de fadas. Também não aborrecemos os outros, de modo que tudo são flores e os sapos viram príncipes, as bruxas possuem suas vassouras para voar, a linda moça que perde seu sapatinho de cristal casa-se com o príncipe. Tudo é permitido justamente porque tudo é inventado.
A mente tem o poder de criar tantos absurdos, e mesmo que não conheçamos uma pessoa, logo a julgamos pela maneira como se veste e pelas coisas que possui. Da mesma maneira projetamos muitas coisas em nossa cabeça sem nem mesmo investigar se é verdade, e por diversas vezes multiplicamos as fofocas.
A mente cria tantos absurdos, mais do que as historinhas de criança. E quando criamos o que vivemos sem pisar na realidade, é não saber diferenciar o que é real que é fantasia. Nos iludimos sozinhos e, para completar, sofremos com nossa realidade.
Nos tornamos pessoas cheias de vontade e esperamos que as pessoas façam o que queremos. Como se elas fossem nos salvar dos nossos anseios, perdido em meio aos nossos inventos vamos projetando e criando expectativas em cima das pessoas, que na realidade não suprem nossas necessidades. Somos dramáticos, quando não sabemos dizer o que precisamos, e o pior disso é que queremos que as pessoas adivinhem o que queremos.
Nos relacionamos com os outros esperando que satisfaçam nossas vontades, criamos um roteiro e, caso alguma coisa saia do planejado, nos sentimos perdidos. Como não temos a garantia do final feliz, nos desesperamos e inventamos mais medos para levar conosco na bagagem. Esperamos que os outros nos libertem das armadilhas que nós mesmos criamos. Muitas vezes, nem temos coragem para pedir ajuda; esperamos que eles adivinhem. Acreditamos tantos nos filmes que, qualquer parte da vida que não tenha um final feliz é uma história que tem que ser descartada para não atrapalhar o todo. De novo, perdemos.
Um bom exemplo disso é que esbarramos com pessoas sem cumprimentar, e quando obviamente alguém nos pergunta, por qual motivo a ignoramos, temos o álibi de que estamos dando o nosso melhor como pessoas. Será que somos pessoas mal compreendidas?
Somos protagonistas, reis e rainhas da historias que não sabemos que final teremos.
Passamos a vida perdendo tempo em ganhar coisas que não vão nos fazer feliz.
Desejamos amar, mas não encaramos os olhos.
Buscamos paz porem, qual o verdadeiro significado dela?
Falamos demais, mas sem argumentos necessários.
Demostramos alegria quando no fundo estamos irritados. Na realidade ao agimos assim estamos sendo desonestos conosco mesmo.
Exigir das pessoas é nosso ponto forte, mas será mesmo que nos esforçamos para ser melhores?
É por isso que o título desse artigo é muito relevante, porque muitas coisas ainda precisam ser respondidas, assim como também deve-se desconfiar que talvez o conto de fadas seja a nossa própria vida, devido as grandes coisas que criamos e contamos, coisas estas que não temos a respostas.
Para diferenciar a vida real com a dos contos de fadas é que nunca saberemos discernir o que é fantasia ou realidade, acontece que na vida real o personagem vai ter que acordar.
Por essa razão é melhor estamos atentos para o que estamos fazendo de verdade em nossas vidas.
É só uma sugestão e ainda não sei aonde vai dar, mas sinto que ir para esse lugar é ir para uma casa muito mais real do que qualquer reino mágico.
PUBLICADO EM RECORTES POR FLÁVIA BECHTINGER
Este artigo foi publicado originariamente no site- Atividade SEI, e foi reproduzido adaptado por equipe da sabedoria Pura.