Quando o feitiço pode virar contra o feiticeiro.

 As redes sociais estão dando o que falar aos juízes. Inúmeros processos de incentivo ao pagamento de suas dívidas, para aqueles que estão acostumados a ostentar um alto padrão de vida nas redes sociais , como Facebook e WhatsApp.

Um dos últimos casos aconteceu em Vitória. Um representante comercial que afirmava não ter carteira assinada nem bens em seu nome, foi pegado em flagrante ostentando as viagens internacionais, além disso, comprou uma lancha e um carro novo no Facebook. Entretanto, acabou fazendo um acordo.

O episódio foi descrevido pelo escritório empresarial Victor Passos Costa, que apresentou o tipo de prova que tem sido cada vez mais utilizado, notadamente nos processos trabalhistas e de família.

Em um diferente caso, um juiz determinou uma prisão preventiva de um advogado que declarou a baixa disposição financeira, mas ostentou no Facebook em operações internacionais e pilotando uma lancha. “Há muitos documentos no Facebook, WhatsApp e Skype que são aceitos pelo judiciário como prova. Isso sem falar por e-mail. ”, falou Victor Passos, advogado.

De acordo com o advogado Bruno Gavioli, essas são provas frágeis. “Como pessoas mentem nas redes sociais, e não tem nada que comprove que você não está mentindo”.

O advogado relatou que existe um caso em que um indivíduo foi pego em flagrante em operação da Receita Federal, acusada de fraude fiscal. “A prova disso é o patrimônio que ela possui, não correspondendo ao que ela postava na internet. Mas foi uma prova fraca ”.

Alguns casos diferentes:

• Viagens e lancha

Um representante comercial de Vitória, devedor de um pagamento de pensão alimentar, mas que não era a carteira assinada nem bens em seu nome, foi pego  em flagrante ostentando duas viagens internacionais, comprou um lancha e um carro novo no Facebook.

• Sogro da onça

Alguma dona apresentou o carro penhorado e foi vendido no carro para terceiro. O terceiro, interrogado no processo da penhora, disse que não devia nada, que apenas tinha adquirido o carro dela. No Facebook, se é que o dono do carro era genro da devedora – o que foi comprovado com fotografias do próprio site. O fato aconteceu em Cariacica.

• Doente e na balada -Mentira no trabalho

Em outro episódio em uma empresa de construção da Serra, uma funcionária faltou um dia de trabalho  e alegou que estava passando mal. No mesmo dia, à noite, postou uma mensagem dizendo que ia a uma festa curtir, se embriagar e se divertir. Ela foi punida com advertência.

• Flagra no WhatsApp

O trabalhador de uma empresa da seção de construção de Vitória foi demitido por justa causa, logo após de ser flagrado no WhatsApp. Ele faltou ao trabalho para pescar e solicitou uma outro colega bater o ponto no lugar dele. No mesmo dia, postou uma foto pescando no grupo de colegas da empresa, sem se  lembrar  que um de seus gerentes era um dos membros.

• Xingou no grupo

Em um grupo do trabalho do WhatsApp , um trabalhador de Cariacica chamou um colega de vagabunda. Foi condenado a pagar R $ 3 mil por danos morais.

“Já houve um caso de uma pessoa que trabalhava em uma empresa de plano odontológico de Vitória”, falou que ia ao médico em uma sexta-feira e marcou em uma foto no mesmo dia, com a bebida alcoólica na mão. Ela foi demitida ”, diz José Carlos Rizk Filho.

Fonte: Maiobão TV