A mulher trabalha em casa e trabalha muito mais. Quem paga este trabalho invisível que só é notado quando deixamos de fazer. Quem valoriza? Quem paga? Onde está a valorização! Assunto para refletirmos.

Um dia após o outro a mulher do lar não tem como garantir que as pessoas valorizem seu trabalho? trabalhando fora ou não, a responsabilidade da mulher é:
Uma jornada dupla: levar as crianças pra escola, cuidar da comida, limpar a casa , lavar a roupa, por pra secar, dobrar, ou passar, reabastecer a despensa, servir, limpar a mesa quantas vezes for preciso, lavar o banheiro, varrer pátios, varanda e após cada refeição, a cozinha está lá , pronta para ser limpa novamente.

A mulher do lar passa em vez de 8, 9, tem tempo integral para se dedicar em limpar, limpar e limpar. Torna-se uma rotina exaustiva e o pior de tudo é quando ela sabe que ninguém repara, ninguém se importa, ninguém liga.Os serviços domésticos sempre estarão lá, o problema é que eles não se fazem sozinhos. A dona de casa caprichosa tem dado o melhor de si, mas as vezes não consegue, por ser um trabalho que nunca se acaba, nunca, jamais a casa vai ficar limpa, os banheiros começam a exalar mau cheiro e ela continua sua lida.

Parece exagero pra você? Na verdade o trabalho doméstico não tem valor, o salário da dona de casa é saber que ninguém vai sujar o que ela limpou, já está de bom tamanho, ela fica feliz de saber que seus filhos estão limpos, alimentados e cheirosos gozando saúde; que seu marido vai chegar e a comida está uma delícia; Ah! Sábado terá um bolo fresquinho de laranja! Felicidade infinda.

A cabeça dessa mulher do lar está pensando: meu trabalho não tem valor, meu trabalho é invisível, quando vou mudar isso? Na verdade ela não espera reconhecimento só porque não tem salário, ela espera reconhecimento porque trabalha, trabalha muito e muito, trabalha de verdade, ela suou muito para lavar a casa e ensaboar o banheiro, ela sua na beira do fogão e não é fácil limpar os forros da casa, ou seja, são tantos os afazeres que não tem enumerar.

São poucas as mulheres que podem contar com ajuda daquele marido super parceiro, muitas dessas mulheres são sortudas e sabem aproveitar isso. Ocorre que quando o marido não é parceiro, a comida pode queimar no fogão enquanto a esposa dá banho nas crianças, mas ele não levanta pra virar o botão.

Multas mulheres se sentem culpadas e frustradas ao perceber que parte do problema foi elaborado por ela mesma quando se tornou esposa. A louça está suja, ah! Deixa que eu lavo! Resposta errada. Se a louça está suja, a resposta certa é, você pode lavar a louça, por favor? Eu limpo a mesa. Na realidade vamos fazendo com que o homem se sinta confortável enquanto utilizamos nosso tempo para as tarefas de casa.

Vamos permanecer a espera de um milagre? Os anos vão se passando E a vida da mulher continua a mesma, aliás parece que os anos nem passaram, tudo continua exatamente igual: as tarefas de casa por fazer.

“Enquanto a família, o mito da família, o mito da maternidade e o instinto maternal não forem destruídos, as mulheres continuarão a viver sob opressão”, disse Simone de Beavoir em Sexo, Sociedade e o Dilema Feminino, de 1975.